4/03/2008

Para quem tenha dúvidas



Muitas pessoas duvidam que o regime que vigorou em Portugal mais ou menos entre 1926 e 1974 possa considerar-se fascista. De tal maneira que o povo português recentemente elegeu Salazar como o maior de todos os lusos – uma verdadeira vergonha nacional!

Será por falta de cultura? Será por falta de informação na era da informática? Seja por que motivo for, trago aqui o meu contributo para demonstrar que o regime era fascista e bem fascista!
Esta brochura, publicada em 1936, uns bons 8 anos antes do meu nascimento, veio parar às minhas mãos por formas que eu próprio nem consigo explicar, mas o certo é que a possuo desde os princípios dos anos 60, poucos anos depois de ter sentido pela primeira vez no corpo o peso das espadas da GNR, aquando da malograda mas eletrizante campanha eleitoral do General Humberto Delgado para a Presidência da República Portuguesa.

Trata-se de um livreto com 38 páginas e dezenas de fotografias, onde se relata o pseudo-milagre conseguido pelas forças franquistas fortemente apoiadas pela máquina de guerra Nazi de Adolf Hitler, sobre as hostes republicanas e brigadas internacionais de voluntários.

Como pode ser visto por uma análise da capa, a brochura vem escrita em 4 línguas, as línguas dos 4 países fascistas da Europa: Portugal, Espanha, Alemanha e Itália. As cores nacionais estão exibidas nos 4 cantos da capa, não podendo faltar a cruz gamada sobre o estandarte alemão, para que não reste qualquer dúvida.

Como é sabido, os quatro regimes fascistas e a Igreja Católica andavam de mãos dadas numa "entente cordiale" que não adianta tentar ocultar. Eram cúmplices descarados. Por isso, era fácil conseguir o estatuto de "milagre de Nossa Senhora" para o genocídio praticado pelas forças falangistas e seus sequazes. Mas isso é outra história...

Na primeira página, podemos ler a seguinte dedicatória manuscrita: "Ao Sr. Eduardo Schwalbach, ilustre director do jornal "Diário de Notícias", oferece a Comissão Editora deste folheto." Assinado: Álvaro Teixeira.
E pronto. Se alguém ainda tem dúvidas, paciência. O melhor é erigirem uma capela a Sto. António Salazar e, já agora, não deixem de pôr nela um altar especial dedicado a S. Álvaro Cunhal. Vocês merecem !

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