4/11/2008

No tempo em que os animais falavam...

Quando passei no exame da 3ª classe, a prenda que a minha avó materna me deu foi o cartão de sócio do Benfica. Ela era uma "doente" pelo clube e achou ser essa a melhor prenda do mundo, "porque o Benfica é o melhor do mundo" — dizia.

E a bem da tradição familiar, permaneci sócio até me retirar para o Brasil. Nunca fui de clubismos e os jogos que de alguma maneira me agradam são os internacionais, Mas enfim, lembro-me dos tempos em que o velho estádio da Luz ainda nem existia, mas o terreno já tinha sido comprado e lá se fizeram diversos piqueniques no olival, com a presença de jogadores do clube, onde se angariavam fundos para a construção do estádio. Águas, Rogério, Moreira, etc, eram nossos companheiros porque nesse tempo o Benfica era uma família e os jogadores eram pessoas normais que confraternizavam com a massa associativa e não profissionais.

Muito mais tarde, na época em que eu andava nas cantorias, tive como amigos o Simões, o Torres e o Eusébio.

O Simões entrou para o C.O.M. comigo mas no final foi "resgatado" enquanto a maioria dos demais faziam as malas para seguir rumo às Áfricas. O Benfica pagou uma boa maquia a um alferes já regressado da guerra para que este embarcasse no lugar do Simões, que assim passou à disponibilidade ileso.

O Torres fez parte do meu grupo na praia da Nazaré durante as férias grandes de 2 ou 3 anos consecutivos.

O Eusébio era simplemente mulherengo e frequentou os mesmos ambientes nocturnos que eu, e assim nos tornámos amigos.


In illo tempore...

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