Para quem se lembra da precocidade da nossa filha Shandy (Alexandra Sofia), quando aos 4 anos de idade surpreendia todo o mundo ao ler desenvoltamente as manchetes dos jornais, não estranhará saber que os talentos literários dela em nada diminuíram ao longo dos anos. Antes pelo contrário, desenvolveram-se e refinaram-se em todos os aspectos. A poesia é somente um dos seus múltiplos talentos. É precisamente um poema seu acabadinho de sair da forja (datado de 30 de Abril) que a seguir reproduzimos. A foto foi tirada aqui em casa, quando ela cá esteve em Janeiro/Fevereiro deste ano. Em breve iremos passar alguns dias com ela na Virgínia (EUA) onde reside.
Pétala
E a pétala cai novamente no horizonte,
Tão suave e pequenina,
Vã e breve, flutua em brisas brandas
Como uma lágrima quase seca,
Como o vapor que restou apenas,
Como o olhar que sente mas não mais chora...
Lágrimas de ouro e sal
Cristalizadas em cada poro
Água que se esvai na corrente da dor
Seca que trago neste pequeno coração.
Já não sou a águia de todo esplendor,
Não mais sou a montanha, o grito e o eco.
Sou apenas a colina, o suspiro e o silêncio.
Não sou a onda vigorosa esculpindo a rocha de fogo.
Nada de grande sou... Nada!
Apenas o enorme vácuo,
Só isso tenho de grandioso...
Espaço aberto
Vazio que me corta a alma, a voz, o ritmo do que penso ser.
Ideias grandiosas me restam,
Gloriosas visões,
Magnitudes incriveis,
Imagens gigantescas
De tudo o que não sou!
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